sexta-feira, 30 de abril de 2010

Um mundo perfeito*

* O conto que você lerá a seguir é de autoria de Leshrac, autor convidado que o "Estórias Gozadas" agora apresenta. Para ter seu texto publicado neste espaço, envie e-mail para o endereço: estoriasgozadas@gmail.com

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Lembro dos meus treze anos na escola. Quer dizer, é estranho lembrar pois não consigo me ver com o pensamento daquela época, é como se desde sempre eu conseguisse ter um pensamento adulto, claro que isso é somente uma armadilha pois eu era uma criança, aliás, eu era uma criança aprendendo a amar, pois foi nessa idade que conheci meu primeiro amor, Viviane. Viviane tinha quinze anos, em uma época que dois anos contam muita coisa, tinha grandes e tristes olhos verdes, quando tive oportunidade de ler Dom Casmurro, já mais velho, entendi o que ele quis dizer com os olhos de ressaca de Capitú, esses eram os olhos de Viviane. Seu cabelo bem escuro e suas sardas lhe davam um ar pitoresco e de destaque frente a qualquer garota daquela escola e eu a amava. Obviamente nunca tive coragem de declarar isso a ninguém, uns cinco anos depois soube que ela virou uma porra-louca bissexual que trepava com qualquer um, mas em minha cabeça sempre ficara aquela imagem virginal pura e imaculada, exatamente por isso tremo de tesão ao vê-la agora agachada chupando meu pau, não a Viviane lésbica, mas a virginal de 15 anos, só para mim agachada a minha frente, e me chupando.


Não me pergunte o porque disso ocorrer, se estou sonhando ou não, só me lembro de entrar numa sala e ver uma garota nua em um canto, correu, me abraçou me encarou com aqueles olhos que levam um homem à glória ou à ruína, e começou a tirar a minha calça, e me mamar vertiginosamente. Em meio ao mar de sensações um abraço por trás me aconchega, lambe minha nuca, morde minha orelha e começa a arrancar minha blusa, lembro do cheiro de priscila, minha primeira foda com 15 anos, ela tinha 19 e trabalhava em casa, garota miúda, magra mas com uma bunda inesquecível e um fogo inesgotável, eu a chamo de minha primeira professora, e agora ela estava ali, arrancou minha blusa e enquanto trançava o braço no cabelo de Viviane para forçar mais a chupada me beijou da forma mais voluptuosa possível.


O êxtase, Priscila arranca Viviane do meu pau, lhe dá um beijo demorado na boca a deita no chão e me manda lhe foder o cu, como nos velhos tempos, e começa a chupar Viviane, sinto outras mãos me acariciando, Amanda à minha esquerda, Kátia à minha direita, atrás de mim Carol, meu triunvirato de namoradas, minha História de vida dos dezesseis aos vinte e sete anos, elas me beijam, acariciam me veneram, me ajudam a penetrar Priscila. Vejo vultos de pessoas na sala, todas que eu amei de alguma forma estavam ali, se beijando, se comendo, era como se toda a sala respirasse em um mesmo e cadenciado ritmo, o ritmo das minhas estocadas.


Por último chegou a Fabiane, minha esposa grávida de sete meses, me deu os peitos para mamar como uma mãe faz a um filho e senti seu leite em minha boca, ela sentou então nas costas de Priscila, e me mandou fuder sua buceta, parei o que estava fazendo com Priscila e fui foder Fabiane que deitara nas costas da Pri, foi algo intenso, tudo respirava como um único organismo, um mar de orgasmos e gemidos, e quando gozava Fabiane disse: _Goza dentro de mim e batiza sua filha. O mundo explodiu em gemidos e foi o fim, o silêncio e a paz após o esporro.


_Puta que pariu, Jairo! Doutor Carlos pediu para suspender os sedativos do paciente 27 novamente? O filho da puta esporrou toda a sala, eu não vou limpar essa merda, quando vim pra cá não me falaram nada de ter que limpar porra de louco. Que merda!




Por Leshrac

domingo, 18 de abril de 2010

As pernas do Roberto

Ana é uma mulher como tantas outras. Moradora da periferia paulistana, trabalha como doméstica e é apaixonada pelo Roberto Carlos. Seu sonho é ver de perto as pernas dele. A tietagem virou idolatria, a idolatria virou obsessão e Ana passou a perseguir Roberto Carlos onde quer que ele estivesse. Se soubesse que ele desembarcaria em São Paulo, lá estava Ana um dia antes aguardando ansiosamente. E, quando via de longe o tumulto que indicava a presença de seu muso inspirador, Ana gritava: “Roberto, mostre as pernas!”

João é um homem como tantos outros. Morador da periferia paulistana, trabalha como pedreiro e é apaixonado por futebol. E por mulheres. Seu sonho é encontrar uma mulher para chamar de patroa. Boa praça que é, João é muito conhecido e respeitado na região de Heliópolis e é este conhecimento que gera a maior parte de seu sustento, pela indicação de conhecidos. Em uma dessas indicações João foi chamado para auxiliar na reforma de uma mansão no Morumbi. Mas não era qualquer mansão, e sim a mansão do jogador Roberto Carlos.

João trabalhava muito feliz e ganhava mais do que de costume. Aos finais de semana, João freqüentava o forró Ás de Ouro e em uma dessas idas conheceu uma bela morena que dançava o Arrocha na pista:

- Oi buniteza, qual sua graça?
- Ana. Disse ela, abrindo um sorriso sincero.
- João, seu criado. Nunca te vi por essas bandas.
- É que trabalho bastante. Sou doméstica e só dá pra mim vim uma vez por mês, cê sabe né?
- Ah, tendeu. Eu sou mestre. De obras. Trabalho na mansão do Roberto. Roberto Carlos, né, mas não gosto de ficar assim me gabando.

Neste momento os olhos de Ana brilharam e ela teve a reação mais nonsense de sua vida. Virou-se para João e disse: - Eu te amo.
João, sem entender, só teve tempo de agarrar a dama pela cintura e levar até o toillete. Lá ele só se deu ao trabalho de abrir sua braguilha e sentar no vaso. Ana já havia tirado a calcinha por baixo da saia e sentou com força naquele membro rijo, fazendo movimentos frenéticos, talvez excitada por ter ouvido o nome de Roberto Carlos. Os gritos de gozo foram abafados pela banda de forró que gritava no palco e em menos de dez minutos eles já estavam de volta à pista, aos abraços e beijos.

Os dias foram passando e o casal estava cada vez mais apaixonado. Eles se encontravam às sete da noite todos os dias, em frente ao boteco do Bigode e lá João contava como tinha sido seu dia na mansão de Roberto e dava detalhes da casa, enquanto Ana se imaginava lá dentro, com o próprio Roberto Carlos. A conversa sempre acabava em sexo, onde quer que fosse. Um tesão incontrolável tomava o corpo de Ana e ela nem esperava chegar em casa, já começava a se esfregar em João no meio da rua. Certa vez, de tão excitada que estava, Ana chupou João dentro do ônibus, no último banco. João percebeu que o cobrador viu e nunca mais deixou Ana andar sozinha naquela linha.
Próximo a completar um mês de namoro, João queria fazer uma surpresa a Ana. Queria algo grandioso, que marcasse aquela data e mostrasse a ela o quanto ele desejava tê-la como “patroa”.

João teve uma idéia: apresentar Ana a Roberto Carlos. Mas como? Não queria que o chefe percebesse que ele era um paga pau dele, pois pegaria mal. Também não queria comprometer seu trabalho, afinal faltava menos de um mês pra ele receber a outra metade do dinheiro da reforma. João passou uma noite em claro, pensando em como presentear sua amada e teve uma idéia. Ligou logo cedo pra Ana:

- Coração, sábado a gente faz um mês junto né? Vou te levar num lugar que você nunca vai esquecer.

Chegado o grande dia. Às seis e meia, João pegaria Ana em frente o boteco do Bigode. Era sábado e João trabalharia até o meio-dia. Naquele dia Roberto Carlos chegaria cedo dos treinos, pois não jogaria no final de semana. João terminou seu trabalho, tomou banho e deu início ao plano mais bizarro já arquitetado por um apaixonado. Ele sabia que aos sábados, depois que ele e seu colega pedreiro saíam, as únicas pessoas que permaneciam na casa era o segurança, a cozinheira e dois cachorros enormes, além do próprio Roberto. João começou rendendo o segurança com uma gravata, e como o mesmo reagiu, não teve outro jeito: João feriu o homem com uma facada nas costas. Os cachorros começaram a latir e logo João teve que dar um fim neles também. Faltava a cozinheira. João foi até as dependências dos empregados e Dona Célia estava tomando banho, aí foi moleza. Em poucos minutos o corpo da senhora de quarenta e poucos anos fazia companhia ao do segurança.

João ainda aguardou na guarita e, quando Roberto Carlos chegou, fez questão de abrir o portão automático. Logo foi até ele e, com uma punhalada, o deixou desacordado, o que permitiu que João o levasse até o quarto e o algemasse na cama.

Seis e meia e João estava no boteco do Bigode, esperando sua amada. Ana chegou perfumada e com o batom vermelho que comprara especialmente para aquela ocasião. João fez questão de ir de taxi até o local da surpresa. Quando chegou à mansão, João vendou os olhos de Ana e a guiou até o quarto de Roberto Carlos, onde o mesmo estava algemado na cama. A intenção de João era que sua amada conhecesse o ídolo e ficasse tão excitada que fizesse qualquer coisa por ele naquela noite.

Quando entraram no quarto, João tirou a venda dos olhos de Ana. E lá estava a cena: João querendo impressionar sua amada, Roberto Carlos amordaçado e algemado na cama, e Ana estarrecida.

- Quem é este careca, bem?
- Ué coração, seu ídolo, Roberto Carlos. Esta é a surpresa: eu, você e o Roberto olhando a gente se amar. E eu deixo você sentar na perna dele viu? Hoje a noite é sua.
- Não, bem, você não entende. Eu não sei quem é esse careca. Olha meu senhor, peço desculpas pelo acontecido. Meu sonho é sentar na perna do Roberto Carlos, o rei, o cantor.
- O cantor?? Porra, Ana, ele tem perna mecânica! Você sabe o que eu fiz pra te fazer essa surpresa?
- Desculpa bem, mas você nunca me perguntou. E sinceramente, eu nunca vi esse careca aí, nem sei se ele sabe cantar “As Curvas de Santos”.
- E esse careca aqui, você viu? Disse João, tirando o pau pela braguilha e balançando.
- Esse careca aí eu conheço, conheço bem. Nunca vi cantando,mas o dono dele sempre me canta.
- Então vem dançar pra ele, minha gostosa.
Ana e João começaram a se esfregar ali, no quarto de Roberto Carlos, enquanto o jogador permanecia algemado e amordaçado na cama. E Ana disse:
- É “seo” careca, é assim, o côncavo e o convexo, nosso amor no sexo.


Por Liliane Akamine