domingo, 17 de janeiro de 2010

Vão-se os dedos, ficam os anéis

Era pra ser uma relação estável. Sabe quando você chega naquele estágio que um completa a frase do outro? E que você nem precisa dizer algo, pois ele já sabe o que você quer falar? Bem, minha relação com o Fernando era assim. Éramos como almas gêmeas, unha e carne, tampa e panela, chinelo velho e pé cansado, cu e cueca. Dois anos de relacionamento sem enjoar um único dia. Um entendia quando o outro queria uma relação mais melosa, ou mais apimentada. Dividíamos nossas fantasias, por mais estranhas que pudessem parecer. Tudo com o maior respeito e cumplicidade.

Um dia Fernando começou a agir de forma estranha. Estávamos no auge da relação sexual, ele por cima de mim, bombando com força e minhas pernas entrelaçadas sobre suas costas, quando ele disse: “- Aperte minha bunda. Aperte forte, mais, abre...” Fiz o que ele pediu e ele gozou aos urros, como nunca.

Depois deste dia ele pedia cada vez mais: “- Aperta, abre, arranha, bate na minha bunda...” E eu fazia, só pra vê-lo gozando com gosto.
Certa vez, depois de transarmos, estávamos deitados abraçados e nos beijando, quando ele foi direcionando minha mão até a sua bunda. Como eu já sabia o que ele queria, comecei a apertar cada vez mais forte. E quando mais forte eu apertava, mais gostoso ficava o beijo. E Fernando cada vez mais tesudo. Já podia sentir seu pau crescendo entre minhas coxas, mesmo ele já tendo gozado três vezes naquela noite.
Fernando empurrava minha mão cada vez mais até sua bunda, até que comecei a passar o dedo em seu cuzinho. Ele começou a gemer mais, já dava pra sentir seu pau latejando. Ele ficou louco de tesão e me comeu como não havia comido até aquele dia. Uma experiência incrível.

O tempo foi passando e aquela brincadeira começou a me preocupar. Fernando pedia que eu colocasse o dedo cada vez mais fundo, até enfiar completamente. Depois ele me comia com força, de quatro e gozava nas minhas costas, do jeito que eu gostava. Então ele passou a pedir dois dedos e a ficar de quatro, e quando estava bem excitado, ele me comia, mas gozava rápido. Até que um dia me vi enfiando três dedos no meu namorado, enquanto ele rebolava.
Como pode? Aquele homem viril tinha se tornado uma putinha! Onde foi que eu errei?
Não era a primeira vez que tinha feito fio terra em alguém, mas uma coisa é fazer isso numa transa casual, a outra é penetrar o homem que você ama, aquele que você quer que seja pai de seus filhos.

Passei a ficar neurótica. Arranquei todos os fios-terra dos aparelhos eletrônicos de casa, tinha sonhos estranhos como chegar em casa e ver meu namorado usando minhas calcinhas ou sendo enrabado por outro cara. Até quando ouvia o presidente falar em inclusão digital eu sentia um mal estar. Mas nunca deixei Fernando perceber isso, afinal era o homem que eu amava. Um dia não agüentei. Estava em casa fazendo o jantar e Fernando me ligou. Perguntou o que eu estava fazendo, e respondi que estava cortando cenouras. Ele disse: "- Hummm... que delicia." Aquilo foi a gota d´agua. Pedi a ele que passasse em casa naquela noite, para conversarmos, e ele disse que estava ocupado com alguns relatórios de trabalho, e acrescentou: “- Só se for rapidinho, dois dedinhos de prosa...”. Meu sangue ferveu, minha boca começou a espumar e desliguei o telefone na cara dele.

Fernando chegou até minha casa, tocou a campainha e não abri. Eu estava desmaiada no chão ensangüentado. Havia cortado minha mão direita com a faca de cozinha, afinal se não fossem os malditos dedos no cu de Fernando nossa relação continuaria normal.
Fernando chamou o SAMU e fugiu, com medo que a culpa recaísse sobre ele.

Disse aos médicos que tentei me suicidar, porque meu namorado fugiu com outra. O hospital me recomendou uma psicóloga. Passei a fazer terapia com a Dra Fernanda, que se tornou mais que uma amiga. Tornou-se minha namorada.

Hoje fazemos um ano de namoro. Nossa relação é de cumplicidade e muito sexo. Os dedos de Fernanda são maravilhosos e eu consigo trabalhar bem com a mão esquerda. E quando quero agradar, penetro-a com meu cotoco.

Há males que vem para bem.

7 comentários:

  1. Estranho rs.
    Mas, se ele gosta, o que dizer? Não é mesmo hahahha.
    Beijos.

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  2. Menina!!! Que texto hiláááário! haahahahaha!!!
    Adorei isto aqui, e vou voltar sempre!
    bjks

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  3. No final eu ri muito! hahaha :P
    Gostei demais do texto, continue assim.
    Beijo.

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  4. Quanto problema por causa de um dedo, oras. Se você assistir ao Multishow de madrugada....

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  5. Sorte que ainda sobrou o cotoco...
    Muito bom... hahaha

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  6. KKKKKKKKKKKKKKKKKKKK...
    O melhor de todos até hoje, ao meu ver.
    Perfect!

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  7. Liliane,
    A sua escrita é simplesmente SENSACIONAL!!!

    Andreas Nora

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